Sinopse:
Ao regressar à aldeia, o filho do pastor apaixona-se pela jovem madrasta, que não tarda a corresponder a essa paixão. Mas a sogra suspeita do amor proibido da nora, e empenha-se em denunciar insidiosamente essa relação que considera diabólica.
Curiosidades:
- Dias de Ira foi o primeiro filme de Dreyer desde O Vampiro (1932). Ele passou os onze anos anteriores trabalhando como jornalista e tentando, sem sucesso, lançar projetos de filmes como uma adaptação de Madame Bovary, um documentário sobre a África e um filme sobre Mary Stuart.
- O filme é uma adaptação da peça norueguesa de 1909 chamada "Anne Pedersdotter" de Wiers-Jenssen. Dreyer viu pela primeira vez a peça em 1925 e quis adaptá-la para o cinema por vários anos. O filme difere um pouco da peça original, como a cena em que Anne e Martin se conhecem e se beijam. Na peça de Wiers-Jenssen, eles são hesitantes e tímidos, enquanto no filme de Dreyer, eles são totalmente abertos a sexualidade.
- Para realizar a cena da fogueira, Svierkier foi amarrada a uma escada de madeira e Dreyer a deixou lá enquanto o resto do elenco e da equipe almoçavam. Quando eles voltaram, Svierkier estava suando intensamente, o que é visível no filme.
- Embora tanto este filme como a maioria dos outros filmes de Dreyer tenham sido criticados por serem muito lentos, Dreyer explicou que nem o ritmo nem a edição eram lentos, mas que os movimentos dos personagens na tela eram lentos para criar tensão.
- Dias de Ira estreou no World Cinema em Copenhague em 13 de novembro de 1943, durante a ocupação nazista da Dinamarca. Dreyer sempre negou o filme como sendo análogo à perseguição de judeus. No entanto, a conselho de muitos de seus amigos, ele deixou a Dinamarca com o pretexto de vender o filme em mercados estrangeiros e passou o resto da guerra na Suécia.
- Em seu lançamento em Copenhague, Dias de Ira não recebeu boas críticas e não teve sucesso financeiro, com muitos dinamarqueses reclamando do ritmo lento. Mais tarde, o filme ganhou reputação crítica melhor. Muitos dinamarqueses viram um paralelo entre a queima de bruxas e a perseguição de judeus durante a ocupação nazista, que havia começado em 29 de agosto. Enquanto Dreyer negou que o filme fosse sobre os nazistas, durante a guerra ele ressoou com o movimento de resistência dinamarquês.
- O filme também recebeu algumas críticas negativas nos Estados Unidos quando estreou lá em 1948. Variety escreveu que "o filme é tedioso ao extremo" e que seu "principal problema está no ritmo assustadoramente penoso. E a história pesada, não aliviada pelo menor sinal de comédia". No entanto, o filme também recebeu elogios imediatos. A New Yorker chamou o filme de "um dos melhores já feitos". A. Bertrand Channon chamou o filme de "obra-prima que será discutida muito além de Greer Garson, Bette Davis e Ida Lupino...". A revista Life o chamou de "um dos filmes mais notáveis dos últimos anos".
- Anos depois de seu lançamento, o crítico de cinema Robin Wood chamou de "o trabalho mais rico de Dreyer ... porque expressa mais plenamente as ambiguidades inerentes à sua visão de mundo". Jean Semolue disse que "o interesse nos filmes de Dreyer não reside na representação de eventos, nem nos caracteres predeterminados, mas na representação das mudanças provocadas nos personagens pelos eventos". O crítico Jonathan Rosenbaum escreveu que "Dias de Ira pode ser o melhor filme já filmado sobre a vida em regime totalitário".
- A reputação do filme cresceu muito e hoje ele é frequentemente citado na Dinamarca como o maior filme do cinema dinamarquês.
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Elenco:
| Thorkild Roose |
Reverendo Absalon Pederssøn |
| Lisbeth Movin |
Anne Pedersdotter |
| Sigrid Neiiendam |
Merete |
| Preben Neergaard |
Degn |
| Albert Høeberg |
O bispo |
| Olaf Ussing |
Laurentius |
| Anna Svierkier |
Herlofs Marte |
| Preben Lerdorff Rye |
Martin |
