Greta Lovisa Gustafsson cresceu em um bairro degradado de Estocolmo, filha de um trabalhador itinerante. Na escola, ela fez pouco para se destacar, após a morte de seu pai em 1920 ela largou os estudos e foi trabalhar como ajudante de barbearia. Mas, mesmo quando jovem, ela tirou lindas fotos, fato que lhe permitiu obter alguns trabalhos como modelo.
Seu primeiro filme foi em 1921, um curta publicitário financiado por seus empregadores intitulado Como não se vestir. Em sequencia fez um comercial para uma padaria local. Acabou recebendo bons comentários de comércio local, e a confiança para buscar e ganhar uma bolsa de estudos para o Royal Dramatic Theatre.
Enquanto estudava atuação, ela foi descoberta pelo diretor Mauritz Stiller, que era o cineasta mais importante da Suécia no início dos anos 20. Stiller lançou Garbo em A Lenda de Gösta Berling (1923), um filme bem sucedido internacionalmente, que fez dela uma pequena estrela.
O diretor se tornou seu mentor, exaltando sua imagem e mudando seu nome profissional para Greta Garbo. Com a força de Gosta Berling, ela foi escalada para o importante drama alemão A Rua das Lágrimas ( 1925), que foi dirigido pelo expressionista GW Pabst.
O estúdio MGM de Hollywood, buscando talentos, assinou um contrato de Stiller. O cabeça da MGM Louis B. Mayer não se impressionou com os dois papéis principais de Garbo, mas Stiller insistiu em levá-la para a América, assim, Mayer teve que contratá-la também.
A atriz passou a maior parte de 1925 posando para fotos publicitárias que se esforçavam para criar uma imagem de "mulher misteriosa " para ela (uma campanha que havia sido utilizada para atrizes de filmes estrangeiros anteriores, como Pola Negri ), mas foi só depois que começou a filmar o seu primeiro filme americano, Os Proscritos (1926), que a MGM percebeu que tinha uma potencial mina de ouro em suas mãos.
Como Mauritz Stiller frequentemente entrava em confronto com o estúdio, a importância de Garbo subiu. Mas quando a MGM recusou-se a pagar um bom salário a Garbo, ela ameaçou sair, o estúdio com medo de perder a atriz, no final aumentou seu salário.
Em A Carne e o Diabo (1927), Garbo estrelou junto com John Gilbert, e tornou-se óbvio que havia algo entre eles. A dupla Garbo/Gilbert passou a fazer uma adaptação de Anna Karenina, de Tolstoi intitulado Love. O casal planejava se casar, mas Garbo, em um de seus frequentes ataques de reclusão, não apareceu para o casamento, ao longo dos anos, a atriz teria outros envolvimentos românticos, mas nunca se casaria.
Em 1930, a MGM se preocupava com a voz de Garbo, temia que seu sotaque sueco misturado com britânico poderia não combinar com o cinema sonoro. Mas essas preocupações sumiram com o sucesso de Anna Christie. A vinda do cinema falado obrigou a atriz a soltar sua caracterização "misteriosa sedutora" que tinha utilizado no cinema mudo, em favor de uma performance ainda mais rica como mulheres um tanto melancólicas para quem os prazeres normais de amor e contentamento estariam sempre fora de alcance.
Nesse sentido, Garbo protagonizou Grand Hotel (1932), Rainha Cristina (1933), Anna Karenina (1935) e Camille (1936), que serviram para aumentar ainda mais seu grande número de admiradores. A atriz, indiferente a isso, ainda possuía um grande desejo de ficar sozinha.
Sempre mais popular no exterior do que nos EUA, Garbo tornou-se cada vez menos lucrativa conforme o tempo da guerra começava na Europa. Por volta de 1940, ficou claro que o mercado europeu logo seria perdido. O último filme da atriz, Duas Vezes Meu (1941), foi uma comédia que alguns observadores acreditam ter sido deliberadamente mal feito pela MGM , com o intuito de matar sua carreira.
Na verdade, não era pior do que várias outras comédias de seu período, mas, para Garbo, foi um passo para baixo. Ela se aposentou do cinema logo após esse filme, e embora tenho chego perto de retornar para filmes como The Paradine Case (1947)de Hitchcock, ela optou por se aposentar permanentemente.
Dona de uma grande fortuna, Garbo não tinha necessidade de agir, nem qualquer desejo de conduzir uma vida social ativa. Ela viajava com frequência, mas sempre tentando não aparecer, o que não impediu os fotógrafos de persegui-la. Uma mulher solitária, mas não realmente uma reclusa, Garbo poderia frequentemente ser vista passeando pelas ruas perto de seu apartamento em Nova York. Mesmo depois de sua morte em 1990, a lenda de Greta Garbo não diminuiu. Poucos de seus fãs falam dela em termos humanos, para seus devotos, Greta foi uma deusa do cinema.
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